São Paulo, 23 – A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) disse que está acompanhando “com cautela” as recentes declarações sobre a preservação da Amazônia. “Temos convicção das boas práticas agrícolas (do País) e reforçamos que o setor continua firme em seus compromissos assumidos para a valorização da sustentabilidade na cadeia da soja nos mercados doméstico e internacionais”, disse a associação em nota. O setor exporta US$ 45 bilhões nas cadeias de soja e milho.

A Abiove reforçou que a legislação ambiental brasileira “é muito rigorosa e que o compromisso da entidade e suas associadas é “apoiar uma agenda de governança ambiental visando manter o reconhecimento internacional do agronegócio brasileiro e, por conseguinte, valorizar a produção sustentável da soja brasileira”.

A associação ressaltou que participa de programas contra o desmatamento com reconhecimento internacional, citando a Moratória da Soja. “Com base nos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe (Prodes Amazônia), o setor monitora o plantio de soja em áreas desmatadas e, com estas informações em mãos, as empresas associadas à Abiove garantem uma política de desmatamento zero há mais de uma década”, disse a associação. “Por meio de procedimentos de controle de origem e auditorias independentes validadas pela sociedade civil, as empresas não adquirem nem financiam soja de fazendas em que tenha sido detectado desmatamento.”

Destacou que o Grupo de Trabalho da Soja (GTS), que coordena o pacto da moratória, reúne o setor privado, sociedade civil (Greenpeace, WWF Brasil, TNC, Imaflora, Ipam e Earth Innovation) e o Banco do Brasil.

Além da moratória, a associação citou os compromissos assumidos no Protocolo de Grãos junto ao Ministério Público Federal (MPF), programas de certificação e de boas práticas agrícolas, controle diário de rastreabilidade em áreas embargadas por desmatamento ilegal, unidades de conservação e terras indígenas, solicitação de Cadastro Ambiental Rural (CAR) regular e monitoramento de indicadores sociais, ambientais e econômicos das fazendas produtoras.

A Abiove destacou a mobilização do setor privado no Grupo de Trabalho do Cerrado (GTC), que atua no monitoramento do Bioma Cerrado com o objetivo de eliminar o desmatamento ilegal associado diretamente à soja e “está desenvolvendo um mecanismo de pagamentos por serviços ambientais para os produtores que preservam”.

“O combate ao desmatamento associado à produção da soja é, e sempre será, tratado como prioridade pela entidade”, afirmou a associação.