A Secretaria da Saúde paulista informou que o estoque de medicamentos usados para a intubação de pacientes com covid-19 é suficiente para mais “uma semana para os hospitais públicos que atendem casos de covid-19” no Estado. No Distrito Federal, as prateleiras de 26 medicamentos para pacientes de covid estão vazias. Esses fármacos são usados em processos de intubação de pacientes na UTI.

A falta de kits de intubação tem sido relatada em vários Estados. Nesse cenário, os conselhos de secretários municipais e estaduais de Saúde recomendaram a suspensão de cirurgias eletivas por falta de remédios.

A Secretaria da Saúde de São Paulo informou que tem pressionado o governo federal para tomar providências para abastecer o SUS. “Apesar disso, o governo federal fez somente uma liberação de neurobloqueadores em quantidade suficiente para apenas dez dias de consumo”, informou, em nota.

O Estadão apurou que o Hospital Geral de Cotia, na Grande São Paulo, já estava com falta dos sedativos Propofol e Midazolam e que profissionais substituíam Midazolam por Diazepam, um ansiolítico com propriedades sedativas.

A secretaria nega. “Tanto no Hospital Geral de Cotia quanto em qualquer unidade, há monitoramento dos estoques de insumos e medicamentos. Há, sim, Propofol e Midazolam, e o uso é feito de forma racional e somente mediante indicação médica, como ocorre em qualquer serviço de saúde”, disse.

Brasília

Informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal apontam que, ontem, não havia mais estoque de cinco medicamentos usados em casos de intubação, de uma lista de 22 itens que compõem esse tipo de atendimento.

Em um segundo grupo de itens injetáveis, os dados do sistema de gestão de materiais da secretaria alertam que, de uma relação de 41 remédios usados nesses casos, 21 não possui mais nenhum estoque.

À reportagem, a Secretaria de Saúde informou, por meio de nota, que “os medicamentos que estão com estoque reduzido ou sem estoque possuem processo de aquisição em andamento.” Segundo a pasta, estes “podem ser substituídos por outros com a mesma finalidade e que apresentam estoque regular.” Anteontem, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi às redes sociais para informar que não há risco de desabastecimento.

“Fornecedores têm parcelado entregas até agosto e ameaçando sair dos contratos, caso as secretarias não aceitem. Não há produto para todo mundo em estoque. Nossa primeira orientação é aceitar os parcelamentos, é o que tem. Mas isso não é suficiente para pronta entrega”, disse Heber Dobis, consultor de assistência farmacêutica do Conselho de Secretarias de Saúde, em audiência na Câmara ontem. Na reunião, a Anvisa disse também atuar para coibir sobrepreço dos produtos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.