A São Paulo Transporte (SPTrans) apresentou uma proposta nesta quarta-feira, 22, de aumento do valor da passagem de ônibus na capital paulista de R$ 4,40 para até R$ 5,10. O reajuste foi defendido em reunião, mas ainda precisa ser acatado pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

Em nota, a Prefeitura afirmou que os dados apresentados na reunião extraordinária do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) “serão encaminhados ao gabinete do prefeito”. Ele “analisará os números em conjunto com as secretarias de Governo e da Fazenda, para posterior tomada de decisão”.

O aumento foi calculado com base na inflação (IPCA), o que resulta em um valor de R$ 5,08, que poderia ser arredondado para mais ou menos.

A empresa, controlada pela Prefeitura, afirmou que o custo total por passageiro é de R$ 8,71, divididos entre R$ 7,96 para operação (frota, mão de obra, combustível e outros) e R$ 0,74 em infraestrutura (terminais de ônibus, por exemplo).

O último reajuste da tarifa foi em janeiro de 2020, quando passou de R$ 4,30 para R$ 4,40. No ano seguinte, não houve aumento, porém foi determinado o fim da gratuidade para idosos de 60 a 64 anos.

Como noticiou o jornal O Estado de S. Paulo, a Prefeitura pagou R$ 869,6 milhões às empresas de transporte coletivo para compensar uma parte da frota de ônibus paralisada por causa da pandemia de coronavírus ao longo de 18 meses, entre março de 2020 e agosto deste ano.

O reajuste foi criticado por parte dos integrantes do CMTT. “A proposta de aumento não se justifica, porque, como a gente apontou na reunião: a Prefeitura já criou uma remuneração especial para a pandemia que chegou na casa dos R$ 870 milhões. E, como eles alegaram que a cada R$ 0,10 da tarifa é R$ 104 milhões no custo, os R$ 870 milhões são superiores ao aumento dos R$ 0,70 e cobririam o aumento de tarifa”, destacou o conselheiro Rafael Calabria, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). “A proposta deles é baseada apenas na inflação, não estimou o subsídio – que aumentou no período – e não estimou a perda de passageiros que isso vai gerar”, acrescenta.

Em entrevista à Rádio Eldorado, do Grupo Estado, Nunes chegou a declarar em novembro que o não reajuste na tarifa seria “praticamente impossível” diante do aumento dos combustíveis. Ele e outros prefeitos chegaram a procurar o governo federal para pleitear subsídios a fim de não impactar no preço da passagem.

A decisão final sobre reajuste costuma envolver também o Estado, pois geralmente há uma padronização com o valor da passagem do Metrô e da CPTM. Procurada, a assessoria da Secretaria de Transportes Metropolitanos disse que não há novidades e que a imprensa será informada se houver qualquer mudança no tarifário.