O Grupo Thinkseg informou nesta quinta-feira que vai ofertar cotas da startup Thinkseg a investidores norte-americanos. O pedido de listagem foi feito neste mês de junho à Securities and Exchange Commission (SEC), comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos). A previsão é de que após o cumprimento do prazo e procedimentos exigidos no regulamento, a operação de venda das cotas seja concluída em setembro.

O CEO e fundador da Thinkseg, Andre Gregori, explica que os recursos captados com a oferta serão investidos em outra empresa, com estrutura financeira e jurídica própria, completamente separada da Thinkseg, inovadora na área de seguros.

“Estamos providenciando a oferta da Thinkseg, por meio de REG A+, que é uma forma de isenção para ofertas públicas até US$ 75 milhões”, diz Gregori.

A Thinkseg, que atua no desenvolvimento da tecnologia em seguros no Brasil, com uso de inteligência artificial, já está presente em outros países da América Latina, mas com a operação de listagem direta, agora, mira Estados Unidos e México.

DLP

A empresa explica que a listagem direta – em inglês, Direct Listing Process (DLP) – dispensa a necessidade de “road show” e de contratação de subscritor para a operação. Trata-se de um processo de oferta ao público menos demorado e caro do que as tradicionais ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês). Basta a inscrição na SEC, mas sem a exigência de extensos documentos.

Segundo o sócio e estruturador da operação de DLP nos Estados Unidos, Jose Rozinei da Silva, a Thinkseg segue a tendência de fintechs como Spotify, Robinhood e, mais recentemente, Coinbase, startu-ups que se tornaram gigantes no mercado e optaram pelo DLP em vez do IPO.

Durante a operação, em plataforma online, investidores do mundo todo podem adquirir cotas, sejam institucionais, qualificados e pessoas físicas, desde que tenham conta nos Estados Unidos para liquidação da operação. “O preço mínimo da cota será de US$ 500”, diz Gregori.

Para que a Thinkseg obtivesse permissão para captação de recursos nos Estados Unidos, por meio da listagem direta DLP, foi necessária a abertura da mesma startup com sede norte-americana, sem vínculo societário com a empresa no Brasil. Ambas detêm a mesma tecnologia aplicada em seguro para automóveis.

No Brasil, o assunto vem sendo discutido pela Comissão de Valores Mobiliários(CVM) com participantes do mercado, antes de levar adiante uma possível regulação para esse tipo de operação.

Seguros

Criada em 2016, a startup de tecnologia em seguros Thinkseg oferece produtos personalizados, com aplicação de tecnologia e inteligência artificial em seguros. Em meados de 2018, foi a primeira insurtech a realizar uma transação no Brasil com a aquisição da plataforma digital de seguros e produtos financeiros Bidu.

No início de 2019, fechou parceria com a seguradora italiana Generali, de atuação mundial, para a comercialização do primeiro seguro por assinatura mensal no País, chamado Pay Per Use. Em outubro de 2020, a Thinkseg foi selecionada para integrar o sandbox da Susep. Atualmente, o Grupo Thinkseg é composto pela plataforma digital Bidu, pela área do Pay Per Use e pela área do seguro garantia (Thinkseg Corporate).