A tecnologia a serviço da propriedade rural, independente de tamanho ou faturamento. Esse é o conceito que tem movido empresas de tecnologia a investirem em sistemas que dêem ao produtor rural melhores ferramentas para gerenciar seus negócios. Com custo variável entre R$ 5 mil e R$ 300 mil, esses sistemas podem auxiliar desde a mais básica gestão até um detalhado controle de custos, gastos e investimentos. Com eles é possível, baseados em modelos de uma fazenda, projetar investimentos de um segundo empreendimento.

Ao colocar a vida da propriedade num computador, o empresário do campo pode ter, literalmente, um mapa de suas despesas. Não importa qual a atividade. Desde plantadores de alface até usinas de álcool e açúcar, há tecnologias disponíveis.

Esses programas são desenvolvidos para mostrar de forma didática e detalhada para onde vai o dinheiro, onde estão os custos e como estão os níveis de produtividade. “Se o produtor jogar no sistema todos os dados de suas colhedoras, por exemplo, ele mostrará quantas horas faltam para as diferentes manutenções preventivas”, explica o diretor da Virtus Biosalc, Sidinei de Sicco. A empresa, especializada em tecnologia da informação, aposta no meio rural como grande nicho a ser explorado.

OLHO VIVO

Na imagem abaixo, pode se verificar um modelo real do programa em funcionamento. A área em azul representa os locais em que a produção está dentro da média esperada, enquanto a região verde mostra onde a produtividade é maior. Isso é possível graças à integração de um sistema de georreferenciamento, associado a técnicas de agricultura de precisão. Com os dados sempre alimentados, é possível controlar todas as etapas da produção, desde a mão-de-obra até o consumo de gasolina.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, 95% das propriedades rurais não possuem nenhum recurso de tecnologia da informação, a chama “TI”. Por isso, nos próximos anos, especialistas acreditam que o campo deve receber uma demanda bastante grande de opções para melhorar sua eficiência de gestão. “É uma tendência, até porque esses recursos estão cada dia mais baratos”, afirma José Vicente Ferraz, da AgroFNP.

Para Sidinei de Sicco, da Virtus Biosalc, o nível de complexidade dos programas vai depender do que pretende o gestor da propriedade. “Se o sistema for operado pelo dono da fazenda, por exemplo, ele terá de partir para algo mais superficial, porém, efetivo”, diz. “Mas se ele tiver quem alimente essas planilhas, o controle será muito detalhado”, avalia o empresário.