Os superintendentes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apresentaram uma carta aberta ao presidente da autarquia, Marcelo Barbosa, solicitando apoio à reivindicação de reajuste salarial, o que não acontece desde 2019. O documento, com a assinatura de 15 superintendentes, foi encaminhado na quinta-feira, 6, ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

No documento, os superintendentes afirmam ter recebido com indignação a decisão do governo federal de prever, no orçamento deste ano, reajuste salarial apenas para algumas categorias do serviço público. Para eles, a decisão seria um “duro golpe” considerando a inflação elevada, que supera dois dígitos no acumulado em 12 meses.

“A assimetria no tratamento provoca nos servidores da autarquia não só decepção e insatisfação, mas também um desestímulo que pode resultar na saída de quadros técnicos importantes”, afirmam. “Entendemos ainda que essa situação pode comprometer o ambiente laboral e a produtividade tão necessária num momento em que os mercados seguem a todo vapor.”

Os servidores do xerife do mercado de capitais se juntam, assim, ao movimento da elite do funcionalismo público por reajuste de salários. Servidores do Banco Central (BC) e da Receita Federal também protestam contra a decisão do governo federal e do Congresso Nacional de incluir no orçamento reajuste apenas para as forças policiais.

No documento, os superintendentes afirmam que reconhecem os “esforços incansáveis” do presidente da CVM, por um orçamento alinhado às responsabilidades institucionais e a recomposição, mesmo que parcial, da força de trabalho da autarquia. Eles destacam a necessidade de pessoal e a falta de concursos públicos nos últimos 10 anos, que tornaram a situação ainda mais “crítica”.

Barbosa encaminhou o documento para Guedes, com cópia para Marcelo Guaranys, secretário-executivo do Ministério da Economia. Ele afirma que os “servidores da CVM têm se mostrado plenamente cientes dos desafios que o quadro fiscal impõe”. “Ao mesmo tempo, não posso deixar de destacar a importância de se manter os patamares de remuneração das carreiras dos servidores da CVM equiparados aos das demais carreiras públicas equivalentes.”