Uma negociação gigantesca está sendo feita nos bastidores do agronegócio. O sinal verde já foi dado e falta pouco para que a Cocamar, a Corol e a Cofercatu, todas localizadas no norte paranaense, tornem-se uma só. Não uma qualquer, mas a segunda maior cooperativa agrícola do País, atrás somente da Coamo, e com o poder de faturar R$ 3 bilhões por ano. A fusão, considerada “apetitosa” pelos presidentes das três empresas, já foi aprovada pelos 14 mil associados e representa uma saída inteligente. Foi como matar um coelho com uma paulada só, sem arranhar os preceitos do cooperativismo. “Podemos resumir este negócio como uma solução viável, legal e que agrega valores sem precedentes para Corol, Cocamar e Cofercatu”, disse Eliseu de Paula, presidente da Corol, à DINHEIRO RURAL. “O processo ainda terá várias etapas até ser concluído, mas é certo que trabalharemos para criar uma empresa robusta que estará entre as primeiras em toda a América Latina.”

A segunda fase deve sair até o fim do ano. “As análises detalhadas da saúde financeira da Corol e da Cofercatu estão sendo feitas para avaliarmos como vamos proceder”, explica o presidente da Cocamar, . “Teremos condições melhores de negociar com os credores.” A Corol tem dívidas de R$ 360 milhões. Sem a fusão, venderia a usina de etanol por R$ 320 milhões e já havia conversas avançadas com três grupos. “Se a usina fosse repassada, as dívidas seriam pagas”, explica Paula. A Cofercatu já tinha vendido sua usina para o Grupo Alto Alegre por R$ 182 milhões, mas ainda tinha dificuldades, e a Cocamar, por sua vez, abocanhou o negócio para dar vazão às suas estratégias. Com faturamento anual de R$ 1,4 bilhão, só alcançaria R$ 3 bilhões em 2015, segundo Lourenço.

José Otaviano Ribeiro, presidente da Cofercatu, explica que após o fim do processo, as cooperativas preservarão suas marcas, mas serão uma só. “Uma nova diretoria será eleita para a nova empresa ampliar seus objetivos.” A cooperativa terá 59 unidades de recebimento de grãos e produzirá farelos e óleos vegetais, açúcar e etanol, trigo, café torrado, rações e sucos concentrados através da marca Purity. “O nosso objetivo é que todo produto primário seja industrializado”, afirma.