O diretor-executivo de Finanças da Suzano, Marcelo Bacci, afirmou, nesta tarde, que a questão do desmatamento na América Latina está muito relacionada a empresas ligadas a recursos que não cumprem as regras. Ele participou de webinar da Fitch sobre a agenda ESG (ambiental, social e de governança, na sigla em inglês).

“Temos um efeito reputacional para os países, companhias e instituições que são responsáveis. No geral, tem uma grande responsabilidade em relação a essa área, mas há também há a necessidade de cumprir a regulação e as leis, que são boas”, disse Bacci, ponderando que, como a Suzano, outras grandes companhias bem estruturadas agem conforme as melhores práticas do mundo para evitar o desmatamento.

No evento, Bacci também disse que os esforços dos governos são importantes, mas que mudanças relacionadas à agenda climática ou a investimentos sociais só podem ser feitas se lideradas pelo setor privado. Para tal, o diretor da Suzano disse que é importante que sejam feitos incentivos, como o mercado de crédito carbono ou de vantagens no custo de capital. “Tem um grupo grande de companhias que quer fazer a coisa certa. Os incentivos têm de existir para as empresas fazerem os esforços necessários.”

Bacci citou a experiência da Suzano com a emissão do segundo sustainability linked-bonds do mundo, em que o valor captado não precisa ser usado em um projeto “verde”, mas a empresa precisa cumprir a meta de redução de gases do efeito estufa. Segundo o diretor, a empresa de papel e celulose deve voltar ao mercado com novo papel deste tipo no futuro.

O diretor comentou que a emissão foi muito bem sucedida em termos de demanda pelo papel (nove vezes maior que a oferta), publicidade e reputação positiva para empresa, além da vantagem financeira, com yield menor do que o título regular. “Esforços ESG não devem ser vistos como custo, mas como oportunidade de diferenciação e também, nesse caso, como forma de redução de custo de capital.”