A taxa de investimentos no Brasil vinha em trajetória declinante desde 2014, na esteira da recessão e da elevada ociosidade da economia. Esse indicador é calculado através da razão entre a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e o PIB, a preços correntes, não em volume, ou seja, sem descontar a inflação do período.

“O preço do investimento que fica no numerador aumentou mais que o preço do PIB que fica no denominador. Então por uma influência do preço dos investimentos aumentando mais que o preço dos outros produtos, por causa dessa influência, a taxa de investimentos sofreu um repique pra cima”, explicou Ricardo Barboza, pesquisador do Ibre/FGV, que assinou o estudo sobre o tema ao lado de Claudio Considera e Isabela Kelly. “Sobre esse aspecto, a gente não tem muito o que comemorar, porque é como se comemorasse uma mudança de preços relativos. Não tem muita consequência para a economia de um aumento de uma taxa de investimento governado por esse fator.”

No terceiro trimestre de 2020, os preços do PIB subiam 4,7%, enquanto os da FBCF aumentavam 6,2%. A trajetória se manteve semelhante nos trimestres seguintes: alta de 5,1% nos preços do PIB contra 8,8% na FBCF no 4º trimestre de 2020; 6,5% para o PIB e 11,4% para a FBCF no 1º trimestre de 2021; e 7,8% para o PIB e 13,2% no 2º trimestre de 2021; até alcançar os 9,9% para o PIB e 15,3% para a FBCF no 3º trimestre de 2021.

MÁQUINAS. Já em relação às máquinas e equipamentos, os segmentos mais exportadores foram os que mais aumentaram compras no ano passado, disse Paulo Castelo Branco, presidente executivo da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei).

Segundo ele, houve recuperação na importação de bens de capital em 2021, embora os investimentos ainda estejam abaixo do patamar de 2013, que ele define como “o ano da saudade de todo mundo”. De 2014 pra frente nós só tivemos tombos, por vários motivos”, disse Castelo Branco.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.