Nos últimos 30 anos, o agronegócio passou por diversas transformações, consolidando-se como uma das áreas mais importantes para a economia brasileira. O setor representa 21,2% do PIB e 41,2% de todas as exportações. Além disso, o campo é um dos principais geradores de trabalho no País, empregando 13,4 milhões de pessoas, do total de 43,2 milhões que representam a população economicamente ativa do Brasil. Isso sem contar com a participação da mão de obra indireta envolvida no segmento.

A tendência de desenvolvimento do setor é clara, ao mesmo tempo em que cresce a população mundial, a urbanização se acentua e a classe média ascende socialmente. Na verdade, a humanidade está assistindo a uma migração sem precedentes do mundo rural para o urbano, especialmente nos dois países mais populosos: China e Índia. Por isso, a vida na cidade exige uma mudança radical na forma como o alimento é produzido, processado e distribuído. As escalas produtivas precisam mudar para atender à estrutura de abastecimento do mundo urbano. Mas, para tornar possível que as empresas se desenvolvam com o setor do agronegócio, é necessário que se preparem para responder, entre outras demandas, às mudanças climáticas, às ações políticas, ao mercado interno e externo, à complexidade da cadeia logística, à questão tributária e às regras ambientais.

Para evitar conflitos internos que possam influenciar na produção, é preciso garantir que a empresa e seus funcionários se adequem às regras de mercado. Um bom modelo de gestão, baseado em meritocracia, tem papel fundamental no desempenho de uma empresa, já que envolve as áreas administrativas, agrícola e industrial. E, com uma empresa adequadamente estruturada, torna-se mais fácil traçar planos para o futuro, visando uma maior eficiência na produção. 

Os desafios dos dias atuais não são pequenos. Impactadas pelas incertezas do mercado, pela inovação tecnológica, por novos paradigmas de gestão e por mudanças velozes no campo da educação e do conhecimento, resta às empresas do agronegócio apostar em modelos nos quais elementos como governança corporativa e gestão pragmática, orientadas à meritocracia, sejam as armas disponíveis e acessíveis àqueles que acreditam que mudanças são sempre possíveis. 

Nesse novo cenário, não podemos deixar de citar a eficiência operacional na área agrícola, o que pode trazer impactos positivos para o setor, visto que ele responde por 65% a 70% dos custos operacionais de uma usina, por exemplo. Nesse sentido, é importante agregar tecnologia que aumente a disponibilidade dos equipamentos para o uso no campo. A combinação desses elementos permite identificar perdas e tornar a colheita da cana-de-açúcar mais eficiente. Entre os exemplos que podem ser citados está a implementação do conceito de MPT (Manutenção Produtiva Total) na área agrícola, técnica muito utilizada nos setores industriais. Também há o uso de tecnologias que permitem alavancar a produtividade agrícola, como o uso de georreferenciamento no plantio para a melhor otimização da colheita e a otimização logística da cana com a utilização de TAGs nos caminhões canavieiros. 

Vale lembrar que essas novas técnicas de otimização da operação só poderão ser alavancadas a partir de um fator importante, que é a capacitação e formação da mão de obra agrícola. Somente pessoal especializado estará apto a manusear a tecnologia disponível no campo, como a regulação do computador de bordo de uma colhedora e o seu manejo de forma correta, o que pode alavancar e muito a produtividade. Só que para colocar isso em prática é preciso levar em conta, além de um modelo de gestão eficiente e pragmático, a capacitação dos operadores para uso eficiente e eficaz da tecnologia. 

O advento da inovação tecnológica, o uso das práticas de gestão baseadas na meritocracia no agronegócio e a formação e capacitação da mão de obra têm transformado as usinas de açúcar e álcool, tornandoas cada vez mais competitivas.