CHUVA DE BOAS NOTÍCIAS: Granitz, da Ourolac, à esq., e Silva, da DuPont, comemoram união

“Acordo com a DuPont possibilitará oferecer um melhor

custo aos clientes”

DOUGLAS GRANITZ, vice-presidente da Ourolac

“Fornecendo para a Ourolac, consegui investir em um novo

tanque de resfriamento”

BENJAMIN FRANKLIN SIMÕES, fornecedor de leite da Ourolac

A empresa goiana Ourolac nasceu como um pequeno laticínio focado em qualidade e segurança alimentar, requisitos que lhe possibilitaram conquistar clientes exigentes. No entanto, logo os diretores constataram a possibilidade de crescer. A constatação resultou em um plano diretor, no qual foi traçado o esboço da ampliação. Mas a Ourolac não queria ser mais uma empresa de lácteos para concorrer com as “n” marcas já existentes. Por isso, optou por trabalhar com o sistema de Private Label, marca própria para o setor de varejo e indústrias alimentícias. Além disso, seu plano estratégico está focado em soluções para o mercado de food service, ou seja, alimentação fora do lar, setor que no Brasil cresce a uma taxa de 16% ao ano. Um dos alvos são as bases para sorvete. “Hoje o brasileiro gasta 25% do que ganha com alimentação fora de casa, mas nossa expectativa é que esta porcentagem se aproxime dos EUA, que é de 50%”, diz Douglas Granitz, vice-presidente da Ourolac. Para isso, a empresa pensou minuciosamente cada aspecto da nova fábrica e um dos fatores-chave foi a questão da embalagem. Dessa necessidade surgiu a parceria entre Ourolac e DuPont. “Nós queríamos um produto com um tempo de prateleira maior e uma embalagem mais eficiente. A cartonada pode ser prática para o consumidor final, mas não para a cozinha industrial”, explica Granitz.

Foi este motivo que levou a goiana a adotar a tecnologia DuPont Pouch. Trata-se de uma embalagem de polietileno, 100% reciclável e disponível no tamanho de 180 ml a 2,25 litros. “É uma embalagem flexível, longa-vida e com um tempo de prateleira de 60 a 180 dias sem refrigeração”, diz Sérvulo Dias Silva, gerente de negócios da DuPont. Isso possibilitaria, por exemplo, ao McDonald’s abrir um quiosque em Natal (RN), o que hoje é inviável por conta da pequena vida útil dos produtos e do tempo necessário para o transporte da base do sorvete do centro de distribuição até a capital rio-grandense-donorte. No entanto, a embalagem é apenas mais um dos diferenciais da empresa. Focada no mercado externo, a Ourolac é fruto de um investimento de R$ 20 milhões e foi feita para impressionar. A começar pelo parque industrial, que é totalmente despoluído. Os produtos também têm um tratamento especial. Antes de serem embaladados, passam por um detector de metais, no caso dos queijos, e por um raio X, no caso de fluidos.

“Por saber o preço do leite com antecedência, conseguimos planejar os investimentos “

FAMÍLIA DEL’ACQUA, fornecedora da Ourolac

Para garantir o funcionamento da fábrica, que nesta primeira etapa tem capacidade para 200 mil litros de leite/dia, a Ourolac precisa de fornecedores fiéis. Para fidelizá-los, a empresa está com uma série de medidas. O pagamento por qualidade é uma delas. Por este critério, o produtor pode receber por litro um percentual 15% superior ao preço de mercado. “Está nos nossos planos um cartão corporativo e também estamos à procura de um fundo de pensão para gerir um plano de previdência privada, a que os produtores terão acesso depois de dez anos de fornecimento”, diz José Benedito Franco, gerente de política leiteira. Atualmente, a Ourolac está com 200 fornecedores, que garantem à empresa uma captação diária de 125 mil litros. Mas o plano é chegar a 400 mil litros em dois anos, meta plausível, já que um dos critérios para fornecer para a Ourolac é ter infra-estrutura e capacidade de crescimento. Laurindo Del’Acqua e o filho João Mendonça Del’Acqua são bons exemplos. Seu Laurindo dedicou quase a vida toda à pecuária leiteira. Já forneceu para Nestlé, Parmalat e há dois anos optou pela Ourolac. “Mudei porque o pagamento é melhor e o preço é negociado com três meses de antecedência, o que permite planejar os investimentos”, diz. Atualmente, a produção dos Del’Acqua é de 1,8 mil litros/ dia, mas a perspectiva é chegar a três mil litros em um ano. O mesmo motivo levou o empresário Benjamin Franklin Simões a optar pela Ourolac. “Como já sabia da minha margem de lucro, mudei o meu tanque de dois mil para seis mil litros”, diz.

O DIFERENCIAL DA EMBALAGEM

Para fechar o projeto com chave de ouro, não bastava uma fábrica modelo. A embalagem precisava ter o melhor custo benefício. Pensando nisso, a Ourolac fechou parceria com a DuPont, detentora da tecnologia DuPont Pouch. Trata-se de um sistema de envase com filme super- resistente. A embalagem é composta por camadas de polietileno, é 100% reciclável e ideal para

alimentos líquidos perecíveis. Pelo acordo, a DuPont fornece em regime de comodato as máquinas, filme, assistência técnica local, estoque de peças, linha de financiamento e apoio de marketing. Em troca, a Ourolac se compromete a comprar um volume pré-definido de filme por ano. As vantagens são várias. Enquanto um litro da embalagem de polietileno representa 15% do valor do produto e pesa seis gramas, a tetrapark representa 30% dos custos e pesa 30 gramas. A embalagem ocupa um espaço 30% menor que a cartonada e produz 70% menos lixo.