Renovados temores com a dinâmica da economia mundial após o choque provocado pela pandemia do novo coronavírus geram aversão a risco nos mercados internacionais, o que não deve é diferente na Bolsa brasileira. Às 11,23, o Ibovespa caía 1,48%, aos 104.104,29 pontos, enquanto em Nova York o recuo máximo era de 1,84% (Dow Jones). Na Europa, o índice da bolsa da Alemanha perdia 3,91%, com investidores reagindo ao tombo de 10,1% do Produto Interno Bruto (PIB) segundo trimestre por conta dos efeitos da covid-19, aprofundando a recessão por lá, além de dados considerados fracos de empresas.

Contudo, nos EUA, a primeira leitura do PIB mostrou contração de 32,9% no 2º trimestre anualizado, uma queda menos intensa do que a mediana de -35% da pesquisa do Projeções Broadcast. Já os pedidos de auxílio-desemprego subiram 12 mil na semana, a 1,434 milhão, ante expectativa de 1,45 milhão. Entretanto, o dado anterior foi revisado de 1,416 milhão para 1,422 milhão.

Apesar de o declínio ter ficado menos negativo do que o esperado, o estrategista-chefe da Levante Ideais de Investimentos, Rafael Bevilacqua, pondera que o recuo reforça o sentimento de dúvidas em relação à reação da economia do país, reforçando o compromisso do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de que continuará agindo para atenuar os impactos da covid-19. “Veio uma queda menos intensa, mas o número é horroroso, corroborando a expectativa de que o Fed seguirá atuando. Neste sentido, a liquidez permanecerá abundante e dando espaço para altas nas bolsas, mesmo diante desse quadro. O grande pontos dos Bcs é como sair disso depois, se isso não vai virar uma bolha”, avalia.

No entanto, resultados de empresas como os da Vale no segundo trimestre podem amenizar um possível dia negativo na B3. A mineradora reverteu prejuízo para lucro líquido de US$ 995 milhões no segundo trimestre e ainda disse que retomará sua política de pagamento de proventos aos acionistas.

Após o fechamento do pregão, será informado o balanço da Petrobras, que, segundo pesquisa do Broadcast, deve apresentar prejuízo líquido de R$ 12,6 bilhões, após lucro R$ 19,05 bilhões no segundo trimestre de 2019. As ações operam em forte queda, entre 2,72% (ON) e 3,19% (PN), seguindo o recuo de quase 1,5% do petróleo no mercado internacional.

O setor financeiro também deve ser acompanhado, após o Bradesco informar queda de 40,1% em seu lucro, para 3,873 bilhões. Dentre outros números, foram informados os da Usiminas, Ambev, GPA e TIM. As ações do Bradesco caíam 3,13% (PN) e 3,35%, enquanto as da Vale cediam 3,26%.