O desembargador Gilson Soares Lemes, presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), prorrogou por 15 dias o processo de mediação entre a Vale, o Estado de Minas e autoridades do judiciário no caso Brumadinho. No despacho desta sexta-feira, 29, Lemes afirma que a Vale apresentou uma petição afirmando que “existe concreta possibilidade na celebração do acordo”.

Além de permitir que as negociações sigam, Lemes também deu o aval à prorrogação do auxílio emergencial pago pela Vale aos atingidos até o dia 28 de fevereiro.

Na semana passada, o clima pesou pela falta de consenso em torno dos valores a serem pagos pela mineradora a título de danos materiais e morais no acordo.

O governo de Minas saiu frustrado por não conseguir fechar um acerto antes do aniversário de dois anos da tragédia que vitimou 272 pessoas, em 25 de janeiro.

A Vale propôs um valor da ordem de R$ 29 bilhões em indenização, abaixo dos cerca de R$ 40 bilhões que poderiam ser aceitos pelo governo e as instituições que movem a ação civil pública.

O pedido original soma R$ 54,7 bilhões, sendo R$ 26,7 bilhões relativos a perdas materiais, como a redução de arrecadação de Minas Gerais após o rompimento da barragem.

Sem a prorrogação das conversas, o processo voltaria à Justiça comum em 1º de fevereiro para ser sentenciado.