Com a pandemia do novo coronavírus em escala global, diversos setores tiveram que reduzir suas atividades, inclusive o tráfico ilegal de animais silvestres. A maior segurança nas fronteiras tem impedido esse comércio, principalmente de marfim e pangolins, de países do sudeste Asiático para a China.

Para a diretora de inteligência da Comissão de Justiça da Vida Selvagem, uma fundação internacional sediada na Holanda, Sarah Stoner, esse mercado movimenta muito dinheiro e tem muitas pessoas envolvidas, por isso, o impacto dessas restrições não deve ser de longo prazo. As informações são do The New York Times (NYT).

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Especialistas dizem que, embora os limites de viagens e negócios impostos pelo coronavírus possam ser uma oportunidade para a aplicação da lei e interromper redes criminosas, as perdas econômicas do período da pandemia também podem atrair mais pessoas para esse comércio.

A entidade mantém um banco de dados com milhares de traficantes e revendedores em todo o mundo. Investigadores disfarçados que trabalham com a comissão mantêm contato regular com vários desses criminosos. O novo relatório da comissão resume as conversas, de janeiro a abril, entre investigadores e cerca de 20 pessoas envolvidas no comércio no Vietnã, Laos, Camboja, Tailândia, Malásia, Índia e Moçambique.

O levantamento mostra que conforme a pandemia foi evoluindo e as medidas ficaram mais rigorosas, os traficantes enfrentaram mais dificuldades para entregar os animais. Alguns comerciantes passaram a oferecer descontos, enquanto outros congelaram temporariamente as operações.

Durante março e abril, no entanto, as autoridades chinesas apreenderam grandes carregamentos de chifres de rinoceronte e balanças de pangolim que atravessam a China por terra a partir do Vietnã. Os traficantes disseram aos investigadores que estão seguindo a movimentação nas fronteiras para não perder os carregamentos.

A executiva ainda alerta que os Países, em todo o mundo, devem se preparar para um aumento no tráfico de animais silvestres em escala comercial quando as fronteiras reabrirem.