São Paulo, 5 – A companhia norte-americana de carnes Tyson Foods reportou na segunda-feira, 4, lucro líquido de US$ 364 milhões, ou US$ 1,00 por ação, no segundo trimestre fiscal de 2020, encerrado em 28 de março. O resultado representa queda de 14,5% em relação ao lucro líquido obtido em igual período do ano fiscal anterior, que foi de US$ 426 milhões (US$ 1,17 por ação). O lucro ajustado ficou em US$ 0,77 por ação. Já a receita aumentou 4,3%, de US$ 10,44 bilhões para US$ 10,89 bilhões.

Analistas consultados pela FactSet estimavam lucro ajustado de US$ 1,04 por ação e receita de US$ 10,96 bilhões.

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O resultado da companhia veio dentro do observado nos trimestres anteriores, especialmente no quesito faturamento. A receita de vendas da companhia vinha em uma crescente nos últimos quatro períodos fiscais, acompanhando o desempenho geral do setor. Empresas de proteína animal vêm se beneficiando de maiores volumes de exportação, em virtude da epidemia de peste suína africana (PSA) que dizimou o plantel de suínos asiático e dizimou o plantel de suínos asiático e levou o continente a buscar proteínas substitutas para alimentação.

Indústrias de processamento de carnes vêm buscando administrar o incremento na demanda dos seus produtos por consumidores, enquanto o setor de food service registra menor consumo, com as restrições de funcionamento das fábricas, em virtude da pandemia do novo coronavírus. “Durante o trimestre, testemunhamos uma mudança sem precedentes na demanda de serviços de alimentação para o varejo, fechamento temporário de fábricas, presença reduzida de membros da equipe e volatilidade da cadeia de suprimentos como resultado do vírus”, comentou o CEO da Tyson, Noel White.

A Tyson afirmou, em comunicado divulgado para investidores e imprensa, que os pedidos dos varejistas aumentaram na comparação anual entre os trimestres, enquanto os de restaurantes e outros clientes de serviços de alimentação caíram. A empresa informou que no período os volumes de vendas de carne bovina e suína aumentaram, respectivamente, 2,7% e 2%. Já o volume de vendas de frango diminuiu 1,5%. Segundo a empresa, os preços de todos os seus produtos subiram 1,6% na comparação anual e o de carne suína avançou 6%.

Quanto às perspectivas de curto prazo, a companhia disse que espera desafios contínuos na manutenção da produção de carne para o atual ano fiscal em meio aos bloqueios causados para controle da covid-19, com aumento nos custos de produção e redução do nível de produtividade. “Operacionalmente, temos e esperamos continuar enfrentando desacelerações e ociosidade temporária das instalações de produção devido à escassez ou escolha de membros da equipe que fazemos para garantir a segurança operacional”, afirmou White.