A companhia norte-americana de carnes Tyson Foods informou nesta segunda-feira que obteve lucro líquido de US$ 476 milhões, ou US$ 1,30 por ação, no segundo trimestre fiscal de 2021, encerrado em 3 de abril. O resultado representa alta de 26,6% em relação ao lucro líquido obtido em igual período do ano fiscal anterior, que foi de US$ 376 milhões (US$ 1,03 por ação). O lucro líquido ajustado ficou em US$ 1,34 por ação, ante US$ 0,80 por ação obtidos em igual período do ano passado.

A receita com vendas aumentou 3,8%, de US$ 10,888 bilhões para US$ 11,300 bilhões. Analistas consultados pela FactSet estimavam lucro ajustado de US$ 1,15 por ação e receita de US$ 11,19 bilhões.

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Os resultados da Tyson apresentaram melhora com a receita e lucro da companhia voltando a crescer, após terem se retraído no período fiscal anterior. A indústria de processamento de carnes, assim como empresas de alimentos, veem seus resultados influenciados pelas mudanças no consumo em decorrência da pandemia da covid-19 com a reabertura gradual do food service e consumidores voltando a fazer refeições fora de casa.

“Apresentamos um desempenho muito forte em um ambiente operacional complexo, com sucesso contínuo no varejo e melhorias no serviço de alimentação à medida que a indústria está se recuperando”, disse o CEO da Tyson Foods, Dean Banks, em nota divulgada à imprensa e investidores. O executivo também acrescentou que a empresa observa uma inflação “substancial” em toda sua cadeia de suprimentos. “O que provavelmente criará uma pressão sobre as margens (de rentabilidade) durante a segunda metade do ano”, avaliou o CEO.

O avanço na receita líquida da Tyson foi puxado por preços maiores em todos os seus segmentos de atuação, em média de 7,5%, já que o volume de vendas continua em retração, de 3,7% no período. Nesse sentido, a receita de vendas de carne bovina da companhia subiu 1,7% no segundo trimestre fiscal para US$ 4,046 bilhões, embora o volume de vendas tenha caído 5,8%, enquanto o preço médio do produto subiu 7,5%.

O faturamento com a comercialização de carne suína aumentou 16,6% para US$ 1,477 bilhão, com volume de vendas 0,5% menor e preço médio 17,2% superior na comparação anual do segundo trimestre. As vendas de frango recuaram 3,2% em volume, mas a receita subiu 4,6% para US$ 3,553 bilhões com os preços 7,8% maiores. A receita do segmento de alimentos preparados subiu 4% para US$ 2,164 bilhões, com alta e 8,2% no preço médio dos produtos e queda de 4,2% no volume de vendas.

Para o acumulado do ano fiscal de 2021, a Tyson Foods espera gerar de US$ 44 bilhões a US$ 46 bilhões em vendas. “Refletindo o repasse do aumento de custos e a continuidade da força nos mercados de carne bovina”, disse a companhia. Anteriormente, a companhia projetava receita entre US$ 42 bilhões e US$ 44 vilões. A empresa disse esperar crescente demanda global por proteínas, mas com o consumo mudando entre os canais de venda. Em relação aos investimentos, a expectativa é de gasto de US$ 1,3 bilhão a US$ 1,5 bilhão, incluindo o aumento da capacidade produtiva em algumas plantas.

Para o segmento de alimentos preparados, a empresa prevê que os resultados fiquem estáveis em relação ao ano anterior, em virtude do maior custo das matérias-primas e mudanças de comportamento do consumidor com afrouxamento das medidas de isolamento social. Quanto aos segmentos de carne de frango e de carne suína, a Tyson disse esperar recuo nos resultados da divisão, em virtude do aumento nos custos com alimentação animal em comparação com 2020.

A empresa também projeta melhora no desempenho da sua divisão de carne bovina. “Estamos enfrentando vários desafios relacionados à pandemia. Esses desafios devem aumentar nossos custos operacionais e afetar negativamente nossos volumes no ano fiscal de 2021. Atualmente, não podemos prever o resultado final do impacto da covid-19 sobre nossa demanda de curto e longo prazo, pois dependerá, entre outras coisas, da gravidade e duração da pandemia”, comentou a Tyson.