Rio, 07/10- A redução do porcentual de mistura do biodiesel ao diesel para 11% anunciada nesta quarta-feira pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) busca dar equilíbrio ao mercado diante das dificuldades do momento, geradas, especialmente, pela escassez de matéria-prima para produção do biocombustível, afirmou a União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio).

A entidade defende a importação de matéria-prima para garantir o abastecimento de biodiesel nos próximos leilões, depois que o aumento das exportações da soja brasileira limitaram a oferta nacional e elevaram o preço do produto. No início do ano, os leilões de biodiesel praticavam preços no patamar de R$ 4 o litro. No 76º Leilão, o litro no Centro Oeste, o mais barato, ficou em R$ 5,620, e no Nordeste, o mais caro, em R$ 6,180 o litro.

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De acordo com a Ubrabio, entidade que reúne produtores responsáveis por cerca de 40% do volume ofertado, a oferta total de 1.208,2 bilhão de litros apresentada na segunda-feira à ANP seria suficiente para atender à mistura de 12% (B12). A folga, porém, foi necessária para manter o equilíbrio do mercado.

A ANP suspendeu o 76º Leilão de Biodiesel para atendimento do mercado nos meses de novembro e dezembro para avaliar o porcentual que seria exigido, temendo que ocorresse o desencontro entre oferta e demanda como houve no 72º Leilão. Na ocasião, em plena pandemia do covid-19, as distribuidoras compraram menos biodiesel do que o necessário, prevendo uma queda brusca de demanda que não ocorreu.

“O mercado agora aguarda, finalizado este leilão, a aprovação do uso de matérias-primas importadas na fabricação do biodiesel, para poder dar garantias ao normal andamento no leilão de dezembro (L77), para abastecimento do mercado nos dois primeiros meses de 2021, sem a necessidade de redução de mistura mais uma vez”, avaliou em nota o presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés.