Terminado o ano de 2014, pelo menos na pecuária a visão de futuro é otimista. Os números mostram isso: enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do País foi forçado para baixo pela indústria e pelos serviços, e está próximo de zero, o PIB do agronegócio brasileiro em 2014 deve crescer quase 4%. É esta a estimativa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. O resultado é positivo para a agricultura e especialmente para a pecuária, que alavancou o índice. 

Representando um terço do PIB, o agronegócio brasileiro contribui com números importantes para a economia. O campo é fonte de negócio, movimenta o mercado e garante emprego para 30% da população economicamente ativa no Brasil. A pecuária é preponderante nessa conta. A carne fornecida para o mercado mundial é peso forte na exportação brasileira e vive um momento favorável. O setor também registrou o maior crescimento no quesito produção, tanto do gado de corte como do gado leiteiro. 

Ainda segundo o Cepea, enquanto nos últimos dez anos a produtividade do setor agropecuário cresceu mais de 70%, os demais setores permaneceram estáveis. As exportações foram incrementadas e o
aumento foi de 220% nos produtos do agronegócio. O volume movimentado somente no primeiro trimestre de 2014 foi de US$ 50 bilhões. De acordo com Paulo Horto, diretor da Programa Leilões, a maior empresa de remates de gado no País, o desafio é grande para 2015. “Mas estamos confiantes no aumento do consumo global por alimentos, em que a proteína animal tem grande destaque”, afirma Horto. “Além disso, a correção cambial também nos é favorável e vai refletir em 2015 com os frigoríficos sendo mais bem remunerados  e refletindo nos preços pagos aos produtores.” 

Acompanhando de perto a pecuária, Horto reforça o que ocorreu neste ano, com o preço do boi gordo chegando a patamares recorde. “Em Mato Grosso, Estado que tem o maior rebanho do País, temos uma amostra para o mercado brasileiro”, afirma Horto. “Os preços permanecem em alta e a expectativa é de superação no ano que vem, baseada em exportações firmes e baixa oferta de machos.” 

Mas, segundo o empresário, apesar do bom cenário para a pecuária, para continuar no caminho do crescimento é fundamental investir continuamente em genética e tecnologia. São essas duas ferramentas
que vão consolidar a liderança do setor não somente em volume de gado ofertado, mas em qualidade da carne produzida no País. “Temos condições de aumentar o rebanho bovino sem abrir um único hectare para nossa pecuária”, diz Horto. “Para isso, basta investir na genética e aplicar tecnologia de ponta em nossas propriedades.” 

Em relação ao ambiente de negócios no segmento de leilões de bovinos, Horto acredita que os cenários devem seguir firmes, tomando por base o que ocorreu em 2014. No ano passado, a Programa Leilões coordenou a realização de 700 eventos. Para 2015, a expectativa é que esse número se mantenha. No ano passado, mesmo contabilizando um período de agenda complicada pela realização da Copa do Mundo de futebol, no qual o calendário foi praticamente zerado para a realização de eventos, a quantidade de leilões rurais repetiu o desempenho de 2013. Mas, de acordo com Horto, foi preciso investir. A Programa ampliou sua atuação, diversificou a quantidade de raças nas pistas de leilões e ampliou as plataformas de venda de animais. Em 2014, a Programa investiu fortemente nos negócios online, com leilões direcionados ao pequeno criador. “O que o pecuarista quer é enxergar sua rentabilidade”, diz Horto. “Por isso, nossa meta é garantir que ele não perca nenhuma oportunidade de negócio.”