Ele ficou conhecido nas décadas de 1980 e 1990 como o rei da noite paulistana. Dono de boates como The Gallery, Banana Café, Moinho Santo Antônio e Resumo da Ópera, o empresário José Victor Oliva comandava as casas noturnas mais badaladas de São Paulo, à época. Não é à toa que até hoje o empresário é lembrado pelo glamour de suas baladas, frequentadas por celebridades e pela alta sociedade. Agora, com um perfil completamente oposto, mas com o mesmo espírito empreendedor, Oliva promete aquecer o mercado brasileiro de cavalos puro-sangue lusitano. “Foi amor à primeira vista. A criação de cavalos transformou a minha vida”, diz Oliva. “Os meus momentos de relax, que eram desfrutados na noite, agora acontecem no campo, durante o dia.”

É na Coudelaria Ilha Verde, em Araçoiaba da Serra, na região de Sorocaba, conhecida como cinturão do cavalo, pela quantidade de haras existentes, que Oliva se realiza há 20 anos, como criador da raça. Foi em 1997 que ele abriu pela primeira vez as porteiras da Ilha Verde para mostrar a qualidade de seu plantel, com o Leilão Internacional Luso Brasileiro. De lá para cá, a propriedade com 22 hectares, com 14,4 deles destinados ao pastoreio, foi ganhando forma. Atualmente, o haras possui 20 piquetes formados por grama tifton 85, três pavilhões de cocheiras, com 60 baias, 110 animais, três pistas de adestramento, uma pista coberta, outra para treinos de equitação de trabalho e salto, e dois redondéis (área de treinamento equestre), um deles mecanizado.

Toda essa infraestrutura, foi mostrada em pleno funcionamento por Oliva, na comemoração dos 20 anos da Ilha Verde, entre 16 e 19 de maio, com o megaevento International Riding & Dressage Meeting Coudelaria Ilha Verde. A festa reuniu, além do leilão, concursos de dressage internacional (CDI3*/Young Riders e Juniortes), o Grand Prix válido como seletiva para os Jogos Equestres Mundiais, competições de equitação de trabalho e o Fórum de Adestramento. Tudo isso organizado pelo próprio empresário. Afinal de contas, ele também comanda o Holding Clube, de São Paulo, um grupo que reúne oito empresas de comunicação e marketing promocional. Com isso, o International Riding acabou se tornando o ponto de partida para um novo momento do esporte hípico no País. O evento, que movimentou mais de R$ 1,5 milhão, entrou para o calendário hípico, e será bianual. Para 2015, Oliva já tem planos. Segundo ele, a ideia é incluir provas de salto. “Por enquanto, conseguimos, pela primeira vez no Brasil, realizar uma seletiva para os jogos equestres mundiais dentro de um haras”, diz Oliva. “Essa também foi a primeira vez que as modalidades adestramento e paraequestre dividiram a pista.”

Foram meses de preparação para a realização da primeira seletiva rumo aos Jogos Equestres Mundiais da Normandia, na França, em 2014. O paraequestre também contou com provas seletivas. Vera Mazzli, que tem distonia muscular, e representa o Brasil internacionalmente, foi uma das atletas a brilhar no evento. “Para mim foi só alegria”, diz. E, para orgulho do empresário, seus filhos João Victor e Antônio (do casamento com a rainha do basquete  Hortência Marcari) garantiram posição de destaque no evento. Dos sete conjuntos inscritos, cinco conquistaram o índice. João Victor  foi um deles, além dos irmãos Luiza e Pedro Tavares de Almeida e Roger Clementino. João, aos 17 anos, já é pentacampeão brasileiro de adestramento e o seu irmão de 16 anos, Antônio, é tricampeão brasileiro na mesma modalidade. Na prova freestyle, com coreografia livre e música, João, com o cavalo PSL Xamã dos Pinhais, garantiu a nota mais alta da competição, 70,8%, e o título de campeão da Intermediária I. “Meus filhos são o meu orgulho e a minha motivação”, diz Oliva. “É mágica a relação harmoniosa que a criação de cavalos proporciona à família.” Os irmãos Oliva integram o time  Ilha Verde Team, também dopaizão Victor Oliva. Eles competem pelo time, ao lado dos atletas Rogério Silva Clementino, Everton Cavallaro e Julia Nemr.