Nas fazendas de cria de gado, os melhores meses ano são os de parição de bezerros, geralmente no fim do período de seca. Em época de produção em queda, como ocorre neste ano, com previsão de 48 milhões ante 55 milhões em 2014, de acordo com a FNP Informa Economics, o gado nascido vale ouro. Neste ano, entre os Destaques da Pecuária no prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2015, o primeiro lugar da categoria GADO DE PRODUÇÃO ficou com as Fazendas Bartira por terem negociado no ano o maior volume de animais em leilões. A Bartira, projeto pecuário que já dura três décadas, é um dos braços do fundo de investimento canadense Brookfield Asset Management no Brasil. De acordo com Renato Cassim Cavalini, CEO das fazendas, a pecuária é parte de um pacote de negócios no campo que também inclui a agricultura. “Buscamos as particularidades e a aptidão de cada região para atingir os melhores resultados”, afirma Cavalini. A atividade pecuária rende ao grupo cerca de R$ 30 milhões anuais com a venda de 16 mil bezerros e quatro mil vacas de descarte.

Com 13 fazendas nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais e São Paulo, o grupo possui 150 mil hectares. O rebanho ocupa uma parte dessas terras e está estabilizado há quatro anos em 40 mil animais. Para Cavalini, o desafio da pecuária é ganhar em produtividade sem expansão de área. “O objetivo é atuar de forma intensiva, controlando custos”, afirma. A produção anual dos bezerros nelore e de cruzados industriais de zebu com europeu e negociada em seis leilões no período. Em comparação com os mercados regionais onde estão localizadas as fazendas, nos últimos dois anos os bezerros têm sido negociados com um ágio superior a 30%. Em maio, por exemplo, no remate da fazenda de Camapuã (MS), o preço médio foi de R$ 1,7 mil, ante R$ 1,3 mil praticados na região, de acordo com a Scot Consultoria, de Bebedouro (SP).


Renato Cavalini CEO das Fazendas Bartira

Com esse modelo, o ganho financeiro está calcado na qualidade do bezerro, que melhorou nas duas últimas décadas. De acordo com Levy Campanhã, gerente de pecuária da empresa, nos anos 1990 a fazenda produzia animais de 180 quilos com idade de até dez meses, ante um animal de 250 quilos nos dias atuais. “Isso foi fruto do investimento em genética”, afirma Campanhã.  “E vamos investir ainda mais”.