O secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, afirmou nesta quarta-feira, 29, em coletiva sobre o resultado do Governo Central, que o resultado fiscal de 2021 é surpreendentemente satisfatório, mas reconheceu que o ano de 2022 trará desafios para as contas públicas, citando as eleições, a alta de juros nos EUA e a inflação global.

Segundo o secretário do Tesouro, o ano fiscal de 2021 está terminando de maneira bem satisfatória, com possibilidade, inclusive, do primeiro superávit primário do setor público desde 2013. “A trajetória fiscal estava apertada desde 2014, quando teve a crise política, depois tivemos a crise da covid-19. Viemos buscando a consolidação fiscal. É um resultado que nos deixa bastante satisfeitos.”

Ecoando o discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, Valle destacou a redução de gastos públicos nos últimos anos com previdência, pessoal e juros. Além disso, disse que o governo “tem debatido como contornar o problema da quarta grande despesa”, a dos precatórios, sem prejudicar os detentores dessas dívidas judiciais. “Temos vários indicadores de despesa no menor nível de 2014. Com certeza podemos enfatizar avanço fiscal.”

Ele ponderou, contudo, que o resultado satisfatório de 2021 não indica cenário tranquilo para 2022. “Ainda temos cenário desafiador para 2022 na política fiscal. Ano eleitoral sempre tem potencial de gerar volatilidade. Por outro lado, o ano fiscal é curto, há regras que facilitam o controle fiscal.”

Valle ainda acrescentou que há preocupação com a alta de juros nos EUA e a inflação mundial. Mas enfatizou que, no Brasil, o Banco Central está na frente da curva e que o movimento de política monetária deve repercutir na inflação no curto prazo. “Apesar de vários desafios ao longo do ano, acreditamos que temos condição de fazer travessia por ano tipicamente mais volátil”, disse.