São Paulo, 25 – O volume de defensivos aplicados nas lavouras brasileiras no primeiro trimestre do ano aumentou 7,5%, para 346 mil toneladas, conforme levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) encomendado à consultoria Spark. A área tratada com agroquímicos aumentou em proporção semelhante, 7,3%, para 550 milhões de hectares, conforme nota do sindicato. O volume aplicado por hectare tratado ficou em 0,63 quilo/hectare.

“A indústria de defensivos agrícolas cumpriu o seu papel de colocar à disposição dos produtores rurais as mais modernas e eficazes tecnologias para combater doenças, pragas e ervas resistentes. Como resultado do aumento da produtividade, a necessidade de novas áreas para plantio tem sido menor, preservando-se áreas de florestas e evitando-se desmatamento”, destacou no comunicado o presidente do Sindiveg, Julio Borges Garcia.

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O levantamento aponta que, do volume total aplicado no campo nos três primeiros meses do ano, 40% foi de herbicidas, 28% de inseticidas, 22% de fungicidas, 1% de produtos para tratamento de sementes e 9% outras categorias de agroquímicos.

Para a cultura da soja, os principais desafios foram as doenças (ferrugem asiática) e insetos (percevejo); para o milho, foram os insetos (lagartas e percevejos), conforme o Sindiveg. No caso da cana, as maiores preocupações foram as ervas resistentes (braquiárias) e insetos (cigarrinhas e Sphenophorus), de acordo com o levantamento. Com relação à cultura do algodão, o bicudo continua sendo o grande problema para controle da produtividade, e quanto ao café, os insetos (bicho mineiro) e doenças (ferrugem). “Produzir alimentos em um país tropical é um grande desafio, pois pragas, insetos e ervas resistentes encontram condições extremamente favoráveis ao seu desenvolvimento”, ponderou Garcia na nota.

A maior parte da área tratada com defensivos no primeiro trimestre, conforme o Sindiveg, foi de plantações de soja, 40% do total ou 219,5 mil hectares – ante 39% no primeiro trimestre de 2019. As lavouras de milho ficaram em segundo lugar no ranking, com 34% da área total ou 185,2 mil hectares tratados (33% há um ano). Em seguida aparecem as áreas cultivadas com algodão que receberam defensivos, que correspondem a 14% do total (15% no primeiro trimestre do ano passado). As plantações de cana-de-açúcar representam 4% da área tratada no País (mesmo porcentual de um ano atrás). Desta forma, as lavouras de soja, milho, cana, algodão e café juntas equivalem a cerca de 90% da área total que recebem aplicação de defensivos agrícolas.

Em termos absolutos, a área tratada de soja aumentou 5% no período; a de milho verão 5% e a de safrinha, 2%; a de cana-de-açúcar, 7%, e a de algodão, 6%.

O Sindiveg informou ainda que as empresas associadas ao sindicato financiaram aproximadamente R$ 21 bilhões para compras de defensivos agrícolas por produtores em 2019, com prazo médio de 240 dias. Em 2018, o montante financiado havia sido de R$ 16 bilhões e o prazo médio de financiamento, 225 dias. O setor também fez investimentos de R$ 354 milhões no ano passado em ativos fixos, ações de marketing, P&D e outros, e recolheu R$ 548 milhões em impostos federais, estaduais, municipais e taxas regulatórias.