O volume de investimentos do private cresceu 8,8% e alcançou os R$ 1,76 trilhão no primeiro semestre deste ano. Em termos porcentuais, o segmento dos ricos e ultrarricos avançou mais do que os 6,3% computados no total da base de distribuição analisada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Entre as classes de ativos, o maior crescimento foi das ações. De dezembro para junho, o incremento do montante aplicado foi de 20,9%, fazendo com que a classe responda por quase um terço do total aplicado por esses investidores endinheirados no semestre.

“É a primeira vez que ações ocupam a primeira posição na carteira dos clientes do private”, disse José Ramos Rocha Neto, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, em entrevista coletiva online. O segmento representava 29,2% da carteira em junho. Em dezembro, era 26,3%.

Com esse aumento em ações, a fatia dos fundos multimercados, que eram queridinhos dos ricos e ultrarricos, caiu de 29,2% para 28,1%. Os fundos de previdência recuaram de 9,4% para 8,5% e os de renda fixa, de 5,5% para 4,6%. Entre os fundos, somente a categoria ações teve um incremento na carteira desses investidores, passando de 8% para 9,6%.

Apesar da menor participação relativa dos fundos multimercados no portfólio dos ulrarricos, os fundos de investimento continuam sendo a categoria com maior volume investido no private. Considerando todos os tipos de fundos havia R$ 779,3 bilhões aplicados no segmento em junho.

Em meio ao ciclo de aperto monetário pelo Banco Central, os ativos de renda fixa cresceram moderadamente de dezembro para junho (1,8%).

Para Rocha, há uma tendência natural de a renda fixa voltar a ganhar alguma importância nos portfólios de investimento em razão do aumento da taxa básica de juros.